Desculpem os atos
Inconseqüentes e inaptos.
Desculpem as faltas
Recorrentes e hipócritas.
Desculpem a burocracia
Inválida e convalida.
Desculpem os relatórios
Os rótulos e diagnósticos compulsórios.
Desculpem a indiferença
Estúpida e covarde.
Desculpem estes dias
Em que não se come
Não se bebe
Não se abraça
Não se ama.
Desculpem
Essa vida desgraçada
Atores e atrizes de uma estória trágica
Sem a mínima graça.
Inconseqüentes e inaptos.
Desculpem as faltas
Recorrentes e hipócritas.
Desculpem a burocracia
Inválida e convalida.
Desculpem os relatórios
Os rótulos e diagnósticos compulsórios.
Desculpem a indiferença
Estúpida e covarde.
Desculpem estes dias
Em que não se come
Não se bebe
Não se abraça
Não se ama.
Desculpem
Essa vida desgraçada
Atores e atrizes de uma estória trágica
Sem a mínima graça.
5 comentários:
Sempre achei que o fato de pedir desculpas sempre fosse uma confissão de culpa, e a culpa por si só já é uma prisão, espero sinceramente que todas as suas culpas sejam dissolvidas e suas desculpas absolvidas! Belos versos.
Dri, agredecido por sua visita e pelo comentario!
que os famintos, os sem teto, os sem terra, os sem carinho, sem compaixão, sem amigos, sem ... nos desculpem, ou, desculpem a nossa sociedade por toda a nossa/sua indiferença flagrante e, sobretudo, absurda.
se confessar a culpa fosse condição para não voltar a comete-la, se falar do que sentimos nos libertasse das prisões invisiveis que nos cercam, se a desigualdade e a miseria fossem excessões e não regras neste vasto mundo... a beleza de um sorriso ainda seria belo e o sol mais claro e os sonhos mais reais.
As vezes parece que só falta pedirmos desculpas pelo fato de existirmos...
Belo poema
Boa semana
Zé (Se posso chamar-te assim),
De uma leleza no versejar mas de um peso no ler que nem sei dizer-te.
Desculpar-se ante as culpas que (ainda?) não são nossas, ou que não são só nossas ou que apenas acreditamos não ser nossas... Amenizar a dor é confessar a culpa?
Beijocas
www.lizziepohlmann.com
Convite aceito com total prazer. Já te linkei e espero trocar muitos “pedaços de vida” contigo. Abraço poético. E sempre estarei navegando por aqui...
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