Nas veias abertas da América latina
Vão -se os dias, longos ou curtos
No correr singelo de uma lágrima perdida
No esconder-se de um sussurro.
Em seus quilômetros de terra
De suor e histórias múltiplas
Uma dominação que em cada canto se manifesta
E tão bem a captura.
Nos seus rios, cachoeiras e florestas
Gente simples: negra, índia, branca
Que apesar dos pesares, faz da existência uma festa
Pula, brinca, sorri, canta.
Que na contemplação cotidiana
Os males é o que se espanta
Para que a miséria material das famílias
Não seja a decadência final de suas vidas.
Mas nem tudo é festa e samba
E na opulência ilimitada de uns poucos
A falência crônica de outros tantos e tantas
Fadados as desilusões, a serventia e ao sufoco.
Na embriagues das tardes quentes
Os corpos suados refletem a luz do sol
Como se fossem um torto espelho de braços e dentes
Um único e extenuante móvel só.
A memória dos povos, de suas lutas e vitórias
Vão sendo apagadas diariamente com velocidade
Expulsas do universo de um certo tipo de historia
Que só conta o que justifica a dor, a miséria e as desigualdades.
As paisagens da América latina
Destoam em tonalidades, em formas, em cheiros, em traços
A musica que toca nem sempre é de alegria
A dor é profunda é percorre este povo em seu pobre percalço.
Ainda que num horizonte próximo não se vejam saídas
E que a pobreza abrace ainda mais fortemente este povo
As correntezas do rio da historia continuam a correr nesta América Latina
Alimentando os sonhos e a esperança de um mundo novo.
Vão -se os dias, longos ou curtos
No correr singelo de uma lágrima perdida
No esconder-se de um sussurro.
Em seus quilômetros de terra
De suor e histórias múltiplas
Uma dominação que em cada canto se manifesta
E tão bem a captura.
Nos seus rios, cachoeiras e florestas
Gente simples: negra, índia, branca
Que apesar dos pesares, faz da existência uma festa
Pula, brinca, sorri, canta.
Que na contemplação cotidiana
Os males é o que se espanta
Para que a miséria material das famílias
Não seja a decadência final de suas vidas.
Mas nem tudo é festa e samba
E na opulência ilimitada de uns poucos
A falência crônica de outros tantos e tantas
Fadados as desilusões, a serventia e ao sufoco.
Na embriagues das tardes quentes
Os corpos suados refletem a luz do sol
Como se fossem um torto espelho de braços e dentes
Um único e extenuante móvel só.
A memória dos povos, de suas lutas e vitórias
Vão sendo apagadas diariamente com velocidade
Expulsas do universo de um certo tipo de historia
Que só conta o que justifica a dor, a miséria e as desigualdades.
As paisagens da América latina
Destoam em tonalidades, em formas, em cheiros, em traços
A musica que toca nem sempre é de alegria
A dor é profunda é percorre este povo em seu pobre percalço.
Ainda que num horizonte próximo não se vejam saídas
E que a pobreza abrace ainda mais fortemente este povo
As correntezas do rio da historia continuam a correr nesta América Latina
Alimentando os sonhos e a esperança de um mundo novo.
6 comentários:
Poema profundo.. sem preocupações com o ritmo, uma rima aqui uma rima acolá.. um olhar crítico e um mundo de sentimentos.. Senti uma "inveja boa" (Quisera ter escrito!).. Vc é d+..
quase choro nesse ultimo verso.
acredito muito nesse mundo novo, lavado com essas aguas correntes e lindas que banham nossa america latina..
apesar de tudo.. meu horizonte distante ainda tem esperança..
;*
Marta,
como voce não deixou nenhuma "pista" (nehum link) eu vou agradecer a sua visita e, sobretudo, o seu comentario nesta poesia.
Assim como eu e outros tantos, acredito - e não se trata de mero devaneio - que as paisagens de nossa America Latina podem ser de outra forma; de outra cor; de outro cheiro. Os traços de miseria, violencia, fome, corrupção que marcam os desenhos deste continente não são eternos e, por isso, se a América Latina historicamente se construiu (ou, foi construida) como um continente subdesenvolvido e flagrantemente miseravel ela pode, então, ser, por todos nós, refeita; ou, podemos construir uma nova America Latina. Para tanto, temos que, primeiro, nos recusar a aceitar esta sociedade, este mundo, como algo natural e eterno.
A esperança continua viva e pulsante, como as aguas do rio, e, nestas aguas latinas, ainda correm muitos sonhos e lutas.
abraço,
vim so pra deixar o link.
pq gosto de receber suas visitas tb.
;*
martaentreparenteses.blogspot.com
Estou impressionada com o seu comentário. A sua facilidade para se expressar é muito rara, características de alguém que terá um ótimo futuro como escritor ou jornalista. Parabéns!
Bem, nem eu poderia dizer o que é o amor, quem sou eu para isso, não tenho capacidade para tanto, mas preocupo-me também com esse amor que está sendo inventado hoje, até
onde isso vai dar...
Ah, obrigada, nem sabia que alguém ainda lia o meu blog... só escrevo para desabafar e refletir.
Um abraço
Sempre com muita inspiração...
Um Beijo!
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