A escrita tem que servir à vida, assim como o cinema, a música, o teatro, a
arquitetura. Quem acredita que o trabalho é o oposto disso, está completamente
lesado... Não consigo encontrar outro sentido do fazer-escrever que não seja este:
seja em uma frase curta, em um poema ou em um ensaio, o que verdadeiramente
importa é que o ato de escrever somente mostra a sua força a partir do momento que
põe o leitor em uma nova perspectiva de si e do mundo. Por isso que, neste texto,
aquilo que fala não quer saber de tédio, nem de “ordem” ou de “coerência”. E se não
houver leitores, pouco importa, pois ele já serve para a minha própria vida... E já aviso
que este texto apenas não permite um único uso: o uso do capital. Aqui, ele não tem
nenhuma chance de existir. Desde a primeira frase, até a última, o capital é,
delicadamente, expulso. Ele olha para o texto e diz, decepcionado: “Hum... não há
nada que eu possa aproveitar por aqui!”. E aí ele vai embora, ávido por páginas
escritas que desejam ser exploradas por ele. De uma coisa tenho certeza: escrever é
um trabalho... ético.Trecho de AMAURI FERREIRA. EM: "Discurso do trabalho irracional". Pp. 23-4
1 de abril de 2010
A escrita
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Um comentário:
nossa, muito muito bom. quero ler o todo ja.
;*
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