11 de outubro de 2008

Verde que te quero Rosa: 100 anos de Cartola

Em 11 de Outubro de 1908 nascia, no bairro do Catete, Rio de Janeiro, um dos maiores compositores da historia da musica popular brasileira. Angenor de Oliveira, o Cartola, se mudou com os pais, aos 11 anos de idade, para o Morro da Mangueira e ajudou a fundar, em 1928, a escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Nas palavras de Carlos Drummond de Andrade: "O nobre, o simples, não direi o divino, mas o humano Cartola, se apaixonou pelo samba e fez do samba o mensageiro de sua alma delicada".

Cartola é o autor de canções como Alvorada, Alegria, O sol nascerá, O mundo é um moinho, As rosas não falam, entre outras tantas.

Contudo, se Cartola nascesse hoje e morasse em alguma favela ou morro da cidade do Rio de Janeiro, correria o risco de não conseguir desenvolver-se enquanto poeta do samba. Pois, talvez, este grande musico fosse vitima de alguma bala perdida ou fosse morto em alguma operação policial. Hoje em dia, o modelo instituído de segurança publica no Rio de Janeiro, orquestrado pelo governador Cabral, baseia-se no extermínio das populações que vivem em comunidades pobres da cidade. “Política de enfrentamento da criminalidade” é o eufemismo utilizado no lugar de genocídio.



O mundo é um moinho (Cartola)


Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à .

Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés


4 comentários:

Unknown disse...

eu sei que a resposta não sairá...mas, pq não se fazem mais hoje como antigamente?

. disse...

Talvez morresse vítima de bala perdida. Talvez vivesse como um ninguém qualquer. Talvez mudasse o mundo.
vai saber...
sempre existe a possibilidade de ser mais e ser menos. Mas a certeza de ser. =)

...

E se a minha poesia te fez pensar sobre o que é morrer de amor hoje em dia, eu cumpri minha missão com as palavras. A resposta só você sabe, e decididamente não é a mesma que a minha, e tola seria eu por tentar explicar.
Se ao menos te fiz questionar, mesmo que sem respostas, posso ter feito você crescer. Basta, não?

Tânia Duarte disse...

Pois é...que dizer desta poesia!
Mais uma vez tens toda a razão...
As pessoas deviam viver mais hoje, se pensar no que passou, porque já la vai e, sem pensar no amanhã, porque esse ninguem sabe se chega.

Beijos*

Não tente me entender... disse...

Nossa, quanta novidade encontrei aqui!
Estava sentindo falta de meus queridos amigos, por isto voltei.

Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em instantes como murcham as rosas...

Será???

Bjs
Fique com Deus!