16 de maio de 2008

A rua vazia

É cedo e a rua vazia
Parece que dorme
Um sono sem alegrias
Lâmpadas penduradas em postes
Vão se apagando com o raiar do dia.

E as pessoas vão surgindo
Saindo de casa apressadas
E o silêncio da manhã vai sumindo
Devorado pelos roncos dos carros na estrada.

O sol desperta por trás de serras e prédios
Elevando-se sobre um céu azul e claro
Pintando as casas e as árvores com um tom amarelo
E emprestando à rua um colorido raro.

A rua vazia fica cheia, lotada
E já não dorme mais
Pessoas atravessam-na rumo ao nada
Procurando seu caminho, seu cais.

Procurando encontrar-se
Entre os vestígios de suas próprias e inúmeras solidões
Indo sem ao menos se questionarem
Do por quê de tantas misérias e desilusões.

3 comentários:

Tânia Duarte disse...

olá meu amigo!
a tua poesia está cada dia melhor!!
na semana passada, por incrivel que pareça, presenciei uma cena muito parecida com esta poesia.
Saí de uma festa por volta das 6 da manhã.
As ruas estavam vazias, olhava para a estrada e parecia ela que nao tinha fim. O dia começou a nascer, as luzes artificiais apagaram-se e, derrepente, surgio a confusão. Pessoas e carros a cruzarem-se na estrada, o comboio a atravessar a cidade, as lojas a abrirem-se...
Nunca tinha visto nada assim, porque quando chego á cidade já ela se encontra caotica.
Mas fiquei mesmo fascinada com a tranquilidade e com a beleza desta minha cidade adormecida.

Beijos
ME

Anônimo disse...

olá!

li um cometnário seu (muito bom) em um blog onde vc disse algo do tipo "dispositivo do racismo". sou pesquisador aqui em MG e tenho chegado a uma formulação semelhante. como vc o concebe? vc leu sobre isso em algum autor específico?

outra: curti muito seu blog. percebi descontinuidades e propostas cria-ativas e herdeiras do espírito da poiésis. saravá!

Anônimo disse...

meu email: dioliveirah@gmail.com

diogo oliveira