13 de janeiro de 2016

São Paulo e as bombas














A bomba explodiu
Eu queria correr,  fugir
Mas fiquei. Aturdido.
Meu corpo ainda dói.
Jogaram bombas em nós
E só queríamos gritar
E gritamos! De dor,  de raiva
A fumaça amarga subiu
Uma nuvem de veneno nos beijou
E no véu de estúpida violência
Entre bombas, cassetes
Manchetes tendenciosas
Catamos nossos cacos
Entre os restos do que não sobrou
Desta nossa democracia.
Vontade de rir,  mas até isso dói
Há tantas coisas entaladas na garganta.
A PM diz que fez valer a lei.  Ora!
Sua hipocrisia não nos espanta.
Haverão de curtir o fascismo no face
Em nossa face ensanguentada
Nos chamarão de baderneiros
E novamente atacados
Jogam bombas em nós
E eu que não estava em São Paulo
Daqui fui atingido.
Bombas explodem.
Querem nos calar.
Mas não há silêncio.


*imagem retira de reportagem do Portal Fórum. 


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