30 de julho de 2009

Sem ser conivente

Os compromissos cotidianos fizeram, nas últimas semanas, que eu me afastasse do Experimentando Versos. Contudo, estou voltando a atualizar o blog com novos textos e, em breve, com novas poesias. Para iniciar esta nova fase de publicações, cito um trecho do educador brasileiro Paulo Freire:

“Não posso virar conivente de uma ordem perversa, irresponsabilizando por sua malvadez, ao atribuir a ‘forças cegas’ e imponderáveis os por elas causados aos seres humanos. A fome frente à abastança e o desemprego no mundo são imoralidades e não fatalidades como o reacionarismo apregoa com ares de quem sofre por nada poder fazer. O que quero repetir, com força, é que nada justifica a minimização dos seres humanos, no caso das maiorias compostas de minorias que não perceberam ainda que juntas seriam a maioria. Nada,o avanço da ciência e/ou da tecnologia, pode legitimar uma ‘ordem’ desordeira em que só as minorias do poder esbanjam e gozam enquanto as maiorias em dificuldades até para sobreviver se diz que a realidade é assim mesmo, que sua fome é uma fatalidade do fim do século. Não junto à minha voz aos dos que, falando em paz, pedem aos oprimidos, aos esfarrapados do mundo, a sua resignação. Minha voz tem outra semântica, tem outra música. Falo da resistência, da indignação, da ‘justa ira’ dos traídos e dos enganados. Do seu direito e do seu dever de rebelar-se contra as transgressões éticas de que são vítimas cada vez mais sofridas.” (1996, p. 101)

Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Petrópolis: Editora Vozes, 1996

Um comentário:

História Solidária disse...

JR tenho sim (só não sei como fazer a troca de links) até pq gostei muito do seu blog (tanto é q já esta entre meus favoritos)abraço