10 de agosto (Terça)
Enfim, depois de dois anos de pesquisa chegou a hora de defender a dissertação. Mais do que ser aprovado e obter o grau de mestre trata-se do registro e, ao mesmo tempo, da denúncia de práticas de extermínio, já naturalizadas, contra a vida dos moradores de comunidades pobres. A pesquisa tomou como analisador a “Chacina do Pan”, ocorrida no Complexo do Alemão em junho de 2007, e buscou discutir: a) como se dá, hoje, na cidade do Rio de Janeiro, a produção de vidas descartáveis, isto é, vidas sem valor; b) como alguns veículos de comunicação de grandes corporações midiáticas cobriram e apoiaram a Chacina no Complexo do Alemão; c) que processos de subjetivação são estes que vem sendo produzidos e que corroboram na produção do medo e da insegurança e, também, em aplausos e apoio a políticas de extermínios das populações pobres cariocas.
Hoje, três anos após a “Chacina do Pan”, poucos são aqueles que ainda lembram e falam da mesma. Pior, pouquíssimos foram aqueles que souberam que houve uma chacina antes dos jogos Pan-Americanos em 2007. Apesar da produção do esquecimento e do medo, da violência constante presente nas operações policiais, de novas e terríveis chacinas, é preciso que nos recusemos a aceitar este estado de coisas que violenta e aniquila não apenas a vida dos moradores de favelas, mas a nossa própria vida.
Um comentário:
Ah, que legal... Vou ver se consigo ir... Estou virando "rata" de defesas... Aí aproveito e conheço você!
Beijos!
Postar um comentário