Terra Brasilis, continente,
Pátria mãe da minha gente
Hoje eu quero perguntar
Se tão grandes são teus braços,
por que negas um espaço
aos que querem ter um lar?
Eu não consigo entender
Que nesta imensa nação
Ainda é matar ou morrer
Por um pedaço de chão
Lavradores nas estradas
Vendo a terra abandonada
sem ninguém para plantar
Entre cercas e alambrados,
vão milhões de condenados
a morrer ou mendigar
Eu não consigo entender
Achar a clara razão
de quem só vive pra ter
E ainda se diz bom cristão
No eldorado do Pará
Nome índio carajás,
o massacre aconteceu
Nesta terra de chacinas
essas balas assassinas
todos sabem de onde vêm
É preciso que a justiça e a igualdade
sejam mais que palavras de ocasião
É preciso um novo tempo em que não seja só promessas
a repartir até o pão
A hora é essa de fazer a divisão
Eu não consigo entender
Que em vez de herdar um quinhão
teu povo mereça ter
só sete palmos de chão
Nova leva de imigrantes
Procissão dos retirantes
Só a terra em cada olhar
Brasileiros, vão com nós
Vão gritando, mas sem voz
Norte a sul não tem lugar.
Eu não consigo entender
que nessa imensa nação
ainda é matar ou morrer
por um pedaço de chão
Pátria amada, ó Brasil
De quem és, ó mãe gentil
eu insisto em perguntar
Dos famintos, das favelas
ou dos que desviam verbas
pra champagne e caviar
Eu não consigo entender
Achar a clara razão
de quem só vive pra ter
E ainda se diz bom cristão
04 a 07 de fevereiro de 1999. CD 1º Festival Nacional da Reforma Agrária - canções que abraçam sonhos.
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